11 February, 2006


FHC oferece ao PMDB vaga de vice na chapa tucana

A convite de Fernando Henrique Cardoso, um líder da cúpula do PMDB esteve no apartamento do ex-presidente, no bairro paulistano de Higienópolis, na última sexta-feira. Conversaram por mais de duas horas. Durante o diálogo, FHC sondou o interlocutor sobre o interesse do PMDB de indicar o candidato a vice na chapa do PSDB.

A sondagem surpreendeu o líder peemedebista, que via como praticamente definida a coligação do tucanato com o PFL. Ligado à vertente do partido que deseja que o PMDB lance um candidato próprio, ele respondeu a FHC que, a essa altura, com prévias marcadas para 19 de março, não há como retroceder.

O interlocutor de FHC disse-lhe, porém, que há uma ala do PMDB, representada pelos senadores Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP), que continua trabalhando com a hipótese de compor com um candidato de outro partido ainda em primeiro turno. Esse grupo dá preferência, porém, a Lula.

Só uma disparada do candidato tucano nas pesquisas, seja ele Geraldo Alckmin ou José Serra, avaliou o peemedebista durante o diálogo, atrairia o naco governista do PMDB para o lado dos tucanos. Passou-se, então, a analisar as chances de composição no segundo turno.

De novo, disse o peemedebista a FHC, o partido tende a manter a divisão interna. Prevalecendo a polarização entre PT e PSDB, a ala que hoje se alinha à tese da candidatura própria defenderá uma composição com o tucanato. Prefere José Serra. Mas não oporá resistências se o candidato for Geraldo Alckmin. A outra ala, mais vinculada a Lula, irá se compor com o PT.

Personagem central do processo de escolha do candidato do PSDB, FHC estreitou nas últimas semanas os contatos com o PMDB, partido que integrou o consórcio de apoio ao seu governo no Congresso. Conversa amiúde com quatro pessoas. São recebidas sempre separadamente.

Nos encontros, FHC mostra-se convencido de que o PMDB tornou-se peça chave no xadrez eleitoral de 2006. Parece decidido a impedir que a legenda -ou uma parte dela- se componha com Lula. Informados acerca da articulação do ex-presidente, dois líderes tucanos ouvidos pelo blog revelaram-se surpresos. Receiam que, a pretexto de dificultar a vida de Lula, FHC acabe por jogar areia nas boas relações do tucanato com o PFL.

As negociações com os pefelistas encontram-se em estágio avançado. Não passa pela cabeça de nenhum dos integrantes da direção do PFL a hipótese de não indicar o candidato a vice. Ao contrário. Deseja-se apressar a definição do cabeça de chapa, para iniciar a costura dos palanques nos Estados. A questão do vice é tratada como favas contadas.
Os dois grão-tucanos ouvidos pelo blog preferem acreditar que as sondagens disparadas por FHC em direção ao PMDB visem apenas à composição no segundo turno. Do contrário, avaliam, ele enfrentará resistências internas.

FONTE: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/index.html

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